07 de Dec de 2022
As cirurgias de substituição protésica, de entre as quais se destacam a prótese da anca e do joelho, constituem um enorme sucesso da Ortopedia atual. O seu aparecimento veio revolucionar o tratamento da artrose avançada.

As cirurgias de substituição protésica, de entre as quais se destacam a prótese da anca e do joelho, constituem um enorme sucesso da Ortopedia atual. O seu aparecimento veio revolucionar o tratamento da artrose avançada. Com a substituição de uma articulação progressivamente danificada por uma prótese é possível retirar a dor e devolver a capacidade funcional a doentes que de outro modo estariam condenados a um grande sofrimento.

Como consequência do seu enorme sucesso tem-se verificado um aumento exponencial no número de cirurgias realizadas a nível mundial(1). Apesar de todos os benefícios que uma prótese bem sucedida oferece, a verdade é que existe uma proporção pequena, mas constante,  de casos em que o resultado não é o esperado. Na maioria dessas situações, tal acontece como consequência de uma complicação que pode ser por vezes difícil de diagnosticar e que pode ocorrer em qualquer altura da vida da prótese – desde o pós-operatório precoce até muitos anos depois. 

De entre as várias causas para uma prótese dolorosa existem duas que são de longe as mais frequentes (quer nas próteses da anca quer do joelho). A primeira é o descolamento, ou seja, a prótese deixa de estar fixa ao osso. A segunda é a infeção associada à prótese que pode ser clinicamente evidente ou manifestar-se apenas como dor da articulação atingida sem qualquer outro sintoma. A distinção entre estas duas complicações é crucial e por vezes bastante difícil(2). 

Apesar das dificuldades inerentes a estas e outras possíveis complicações, é possível melhorar de forma dramática  a qualidade de vida dos doentes, ainda que para isso seja necessária, frequentemente, uma cirurgia de revisão protésica. No entanto, o sucesso desta intervenção depende de um correto diagnóstico do problema. Para tal, é necessária uma investigação rigorosa e estruturada que permita o correto diagnóstico para então delinear um plano de tratamento adequado a cada situação em concreto.

A revisão de prótese é uma cirurgia tecnicamente exigente devendo cada vez mais ser reservada a equipas de Ortopedia diferenciadas e experientes neste tipo de problemas.  No Ortocentro no Hospital CUF Trindade reunimos uma equipa altamente competente e oferecemos todas as condições necessárias para o tratamento destas situações complexas. O surgimento de uma complicação ou dor após a realização de uma prótese não deve ser desvalorizada e muito menos ser encarada como uma fatalidade sem solução.

 

Artigo redigido pelo Prof. Doutor Ricardo Sousa
1.    Kurtz SM, Ong KL, Lau E, Bozic KJ. Impact of the economic downturn on total joint replacement demand in the United States: updated projections to 2021. J Bone Joint Surg Am. 2014;Apr 16;96(8):624-30.
2.    Patel A, Pavlou G, Mujica-Mota RE, Toms AD. The epidemiology of revision total knee and hip arthroplasty in England and Wales: a comparative analysis with projections for the United States. A study using the National Joint Registry dataset. Bone Joint J 2015;Aug;97-B(8):1076-81.

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