07 de Dec de 2022
A artrose do joelho é uma doença comum que causa dor e incapacidade devido ao desaparecimento gradual da cartilagem articular e consequentes alterações inflamatórias associadas.

A artrose do joelho é uma doença comum que causa dor e incapacidade devido ao desaparecimento gradual da cartilagem articular e consequentes alterações inflamatórias associadas.

As opções de tratamento de primeira linha incluem medicação analgésica, redução de peso, exercícios de baixo impacto (ex. hidroginástica), fisioterapia e até injeções intra-articulares. Quando esses tratamentos se revelam incapazes de  aliviar a dor e restaurar a função do joelho e sobretudo quando a qualidade de vida fica prejudicada pode ser necessário ponderar algum tipo de opção cirúrgica.

Nestes casos, a alternativa a considerar será uma cirurgia de substituição articular, ou artroplastia, mais conhecida por prótese do joelho. Dependendo da extensão e gravidade das alterações degenerativas essa prótese pode ser total ou apenas parcial. A prótese total, em que toda a articulação é substituída, é  a opção mais generalizada mas em casos bem selecionados a melhor solução pode ser uma prótese que substitui apenas a parte do joelho mais danificada (mais frequentemente o lado de dentro).

A prótese parcial ou unicompartimental do joelho apresenta diversas vantagens em relação à prótese total. Em primeiro lugar é uma cirurgia menos invasiva com uma incisão mais pequena, menor agressão cirúrgica e consequentemente menor perda de sangue. Assim o tempo de hospitalização necessário e sobretudo o período de reabilitação é mais curto com um retorno mais rápido às atividades de vida diária.

A sua principal vantagem decorre diretamente do facto de necessitar de uma resseção óssea menor e preservação de todos os ligamentos originais do joelho. São estas características que permitem um maior ganho de mobilidade e ao mesmo tempo movimentos mais parecidos com o joelho original quando comparados com a prótese total.

É importante realçar que esta cirurgia é tecnicamente exigente e depende de uma longa curva de aprendizagem para os cirurgiões ortopedistas. Para além disso  implica uma seleção rigorosa dos doentes, ou seja, não é adequada a todos os casos. No caso de doença generalizada, isto é, não limitada a um único compartimento, deformidade marcada do joelho ou incompetência dos ligamentos esta cirurgia está contraindicada por estar associada a altas taxas de falência nestes cenários. A obesidade ou significativo excesso de peso é também um fator de risco importante para a falência desta prótese mas é considerada apenas uma contraindicação relativa pois tem o mesmo efeito negativo sobre todas as opções de tratamento alternativas. 

Os avanços técnicos das últimas décadas têm permitido obter resultados consistentes e hoje em dia fatores como a idade, nível de atividade física ou mesmo algum grau de dor anterior (artrose entre a rótula e o fémur) já não são considerados limitantes. Assim, a prótese parcial do joelho deve ser uma opção a considerar para o tratamento cirúrgico de artrose unicompartimental resistente ao tratamento não cirúrgico uma vez que oferece diversas vantagens sobre a tradicional prótese total do joelho.

 

Artigo redigido pelo Prof. Doutor Ricardo Sousa

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