07 de Dec de 2022
A artrose do joelho é uma doença comum que causa dor e incapacidade. Os tratamentos não cirúrgicos incluem medicação analgésica, redução de peso, exercícios de baixo impacto, fisioterapia e até injeções intra-articulares.

A artrose do joelho é uma doença comum que causa dor e incapacidade. Os tratamentos não cirúrgicos incluem medicação analgésica, redução de peso, exercícios de baixo impacto, fisioterapia e até injeções intra-articulares. Quando esses tratamentos se revelam incapazes de  aliviar a dor e restaurar a função do joelho e sobretudo quando a qualidade de vida fica prejudicada pode ser necessário realizar uma prótese total do joelho (PTJ).

Apesar de as primeiras tentativas rudimentares datarem do século XIX, foi já na década de 70’s do século XX que as próteses totais do joelho se desenvolveram o suficiente de modo a oferecer resultados consistentes. No entanto, desde então bastantes aspetos evoluíram favoravelmente e hoje em dia, são muitas as inovações técnicas cirúrgicas e novas tendências no tratamento perioperatório que mudaram radicalmente a experiência do doente submetido a esta cirurgia.

Os atuais modelos de prótese foram otimizados de forma permitir maiores graus de flexão e ainda uma ligeira rotação tibial que torna o movimento mais natural e parecido com o joelho original. Para além disso as técnicas de instrumentação (que guiam os cortes ósseos e consequente posição final dos implantes) foram sendo aperfeiçoadas. A introdução da navegação assistida por computador reduziu ainda mais a percentagem de erros de alinhamento que acarretam maior risco de falência precoce da prótese.

No que diz respeito à gestão das perdas sanguíneas,  a administração de ácido tranexâmico – um medicamento que torna o mecanismo de coagulação mais eficiente – reduz de forma muito significativa a intensidade do sangramento. Para além disso foi também já amplamente demonstrado que a não utilização de  drenos reduz de forma significativa a hemorragia sem aumentar as complicações da ferida operatória. O uso combinado destas inovações reduziu praticamente para zero a necessidade de transfusões de sangue neste contexto.

As modernas técnicas de anestesia e analgesia peri-operatória constituem-se como um dos aspetos mais fundamentais no conforto e reabilitação precoce pós-operatório. A anestesia loco-regional e/ou bloqueio de nervos periféricos, não só permite realizar a cirurgia com toda a segurança mesmo em doentes idosos e com doenças cardiorrespiratórias, reduzindo muito as complicações associadas, como também permite um controlo da dor muito mais eficaz com muito menor utilização de analgésicos sistémicos. Assim o objetivo funcional de levante e mobilização precoce é conseguido com todo o conforto e ausência de dor para o doente. Hoje em dia, é habitual que o doente já esteja a pé e a andar de canadianas no segundo dia após a cirurgia e geralmente estar apto para regressar a casa ao quarto dia.

Hoje em dia, a prótese total do joelho não só oferece excelente alívio da dor  e melhoria da função com excelente sobrevida a longo prazo - aos 10 anos, mais de 90% dos doente ainda retêm a sua prótese original – como se consegue essa melhoria de forma mais confortável e rápida e com muito menos dor pós cirúrgica e regresso mais precoce às atividades da vida diária.

 

Artigo redigido pelo Prof. Doutor Ricardo Sousa

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